Quando ouvi um conhecido dizendo algo que está cada vez mais
comum entre os amantes de futebol no Brasil, principalmente os jovens, parei
pra refletir. A frase foi: "Eu torço pro Chelsea".
Errado. Você não torce pelo Chelsea. Você é tiete do
Chelsea. Assim, como muitos brasileiros, que são tietes de outros
times europeus.
Cada vez mais aumentam o número de "torcedores" de
clubes da Europa no Brasil, mas é preciso ir com calma. O que é torcer? Claro
que não é só assistir jogo do time na ESPN ou curtir a página da equipe no Facebook,
comemorando cada contratação anunciada.
Torcer é girar a catraca para dar apoio ao time, cara.
Voltar pra casa revoltado depois de uma derrota, pensar em largar tudo, porém
repetir o mesmo processo na semana seguinte. Torcer é conhecer a história do
time por vivenciá-la, não por lê-la na Wikipedia ou ouvi-la na TV. Torcer, como
amar, não se explica e nem se escolhe.
Como não se escolhe, acho legal você se identificar por um time que não é da sua
"terra", faz parte de quem gosta de futebol se interessar e pesquisar
sobre alguns clubes e criar admiração. Por isso não tenho nada contra quem por
qualquer motivo que seja se identificou por algum clube fora do seu estado, ou
país, e passou acompanhá-lo, admirá-lo.
Mas, até esses, por mais aficionados
que sejam por tal clube, nunca saberão e nunca serão tão privilegiados quanto
os que torcem para o mesmo o clube e vão para o estádio. Esses sim torcem na
forma plena.
O erro está em confundir simpatizar com torcer. Ter uma
identificação visceral com o clube é diferente de se achar torcedor porque ele
ganhou títulos recentes ou porque ele pratica marketing para conquistar fãs de
momento.
Então, amos valorizar os verdadeiros torcedores de qualquer
clube que seja. Podem ser poucos, mas todo time possui.
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