segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Não morde ninguém

Por Brendon Hilário

Que o Bahia merece cair pra Série B, disso ninguém tem dúvida. Que a diretoria não soube conduzir o o departamento de futebol, e que não tiveram pulso pra comandar o time, também. Um exemplo disso, é que somente esse ano, o clube teve 5 diretores de futebol(William Machado, Ocimar Bolicenho, Cícero Souza, Rodrigo Pastana, Pablo Ramos), o que compromete totalmente o planejamento de qualquer equipe, em qualquer divisão. A prova disso, é que o clube acabou contratando muito, e em sua maioria, jogadores que não são comprometidos com o clube. 

Em 33 partidas pela Série A do Campeonato Brasileiro, o ataque do Bahia não mordeu ninguém, foi igual a um "cachorro de madame", e daqueles bem mimados. O time só marcou 25 gols, desempenho melhor apenas que o do Criciúma, que só marcou 24. Foram 9 jogadores contratados para o ataque:
Alessandro, Henrique, Kieza, Marcos Aurélio, Maxi Biancucchi, Potita, Rhayner e William Barbio; Sendo que Alessandro entrou em campo apenas uma vez, vindo do banco, e jogou poucos minutos. Juntos, esses jogadores marcaram no Brasileirão apenas 9 gols, sendo 5 de Kieza(17 jogos), 3 de Maxi(22 jogos) e 1 de Marcos Aurélio(13 jogos). Muito pouco pra um time que tem uma folha relativamente alta pra receita que tem.

Kieza em sua apresentação no clube. Jogador foi contratado para suprir a ineficiência do ataque tricolor,
 mas até aqui, só marcou 5 gols no Brasileirão. (Foto: Rafael Santana)

Em nível de comparação, Jael, atacante preterido pela diretoria por causa de divergências salariais(informações dizem que uma diferença de R$20 mil reais), que acabou por disputar a Série B do campeonato pelo Joinville, em 23 jogos marcou 12 gols. A história de Jael no Bahia comprova que ele é um jogador bastante esforçado, que "dá liga" com o time e a torcida, e já deixou bem claro que pretende um dia voltar a jogar aqui.


Jael sempre demonstra seu carinho pelo Bahia nas suas redes sociais, e chegou a publicar até sua conversa com o então diretor de futebol do Bahia, William Machado, sobre sua "possível contratação". (Reprodução Instagram)


A campanha do Bahia até aqui, deixou a desejar; E escapar do descenso está ficando cada vez mais difícil, pois o elenco vai ficando mais desmotivado a cada jogo, a torcida vai aceitando o rebaixamento a cada derrota, e enquanto isso, o diretoria vai expondo ainda mais as suas fraquezas e seus erros, sem ter pulso pra os corrigir. A eleição para presidente do clube está chegando, será no dia 13 de dezembro,  e até aqui os candidatos ainda não se expuseram, não mostraram suas propostas, e isso precisa ser feito com urgência, para que os sócios saibam escolher seu presidente pro próximo triênio, e evitar que situações como essa da falta de gols e de qualidade do elenco, não se repita mais.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

"Bando de DISCARADO!"

No meu primeiro texto nesse blog, eu já havia falado que era misto, torcia pro São Paulo. Morava no interior, a TV só falava de times do sudeste, meus amigos torciam pra times do sudeste, dentre outros motivos...

Me lembro, com muita clareza, do jogo São Paulo 5 x 1 Corinthians, pelo Brasileirão de 2005. Lembro-me, ainda melhor, do torcedor do Corinthians chorrando no alambrado e dizendo "tira o Curintcha daí, mano!".

"Tira o Curintcha daí, mano!"

"Bando de DISCARADO!", era o que meu pai dizia ao ver a cena. Era isso o que ele sempre dizia ao ver torcedores chorando por causa de futebol.

Chorei por causa de futebol trez vezes. Quando o São Paulo foi eliminado, nos pênaltis, para o River Plate de D'Alessandro, na Sulamericana de 2003. Luis Fabiano achou que era mais importante ajudar na briga do que bater pênalti.

Luis, O Faboloso, descendo o pau nos argentinos

Nesse ano, na Copa do Mundo, No jogo da Grécia contra a Costa Rica. Duas vezes, mas conta como apenas uma, foi só por um jogo. Primeiro de explosão, quando Papastathopoulos empatou, já no fim da partida. Depois chorei ao perceber o quão perto a Grécia esteve de jogar aqui em Salvador, mas não conseguiu.

Gekas perdeu o pênalti. Eu perdi a chance de ver a Grécia de perto.

Bahia enfrentou o Palmeiras. Mais uma vez nesse Brasileiro, fui ao estádio como se fosse uma missão a ser cumprida. Cumpri novamente com minha missão, mas o meu time não cumpriu a dele.

O bando de descarados, que meu pai tanto fala, ganhou mais um integrante. Chorei, copiosamente. Percebi que sou descarado, não por ir a todos os jogos do meu time, mas por achar que eu, realmente faço alguma diferença nesses jogos.

Vida que segue, amor, pra ser bom, tem que doer. Ano que vem estarei nas terças e sábados, descaradamente, cumprindo minha missão de torcedor, porque eu sei que, no fundo, o Bahia se importa e precisa de mim.