segunda-feira, 3 de novembro de 2014

"Bando de DISCARADO!"

No meu primeiro texto nesse blog, eu já havia falado que era misto, torcia pro São Paulo. Morava no interior, a TV só falava de times do sudeste, meus amigos torciam pra times do sudeste, dentre outros motivos...

Me lembro, com muita clareza, do jogo São Paulo 5 x 1 Corinthians, pelo Brasileirão de 2005. Lembro-me, ainda melhor, do torcedor do Corinthians chorrando no alambrado e dizendo "tira o Curintcha daí, mano!".

"Tira o Curintcha daí, mano!"

"Bando de DISCARADO!", era o que meu pai dizia ao ver a cena. Era isso o que ele sempre dizia ao ver torcedores chorando por causa de futebol.

Chorei por causa de futebol trez vezes. Quando o São Paulo foi eliminado, nos pênaltis, para o River Plate de D'Alessandro, na Sulamericana de 2003. Luis Fabiano achou que era mais importante ajudar na briga do que bater pênalti.

Luis, O Faboloso, descendo o pau nos argentinos

Nesse ano, na Copa do Mundo, No jogo da Grécia contra a Costa Rica. Duas vezes, mas conta como apenas uma, foi só por um jogo. Primeiro de explosão, quando Papastathopoulos empatou, já no fim da partida. Depois chorei ao perceber o quão perto a Grécia esteve de jogar aqui em Salvador, mas não conseguiu.

Gekas perdeu o pênalti. Eu perdi a chance de ver a Grécia de perto.

Bahia enfrentou o Palmeiras. Mais uma vez nesse Brasileiro, fui ao estádio como se fosse uma missão a ser cumprida. Cumpri novamente com minha missão, mas o meu time não cumpriu a dele.

O bando de descarados, que meu pai tanto fala, ganhou mais um integrante. Chorei, copiosamente. Percebi que sou descarado, não por ir a todos os jogos do meu time, mas por achar que eu, realmente faço alguma diferença nesses jogos.

Vida que segue, amor, pra ser bom, tem que doer. Ano que vem estarei nas terças e sábados, descaradamente, cumprindo minha missão de torcedor, porque eu sei que, no fundo, o Bahia se importa e precisa de mim.

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