segunda-feira, 13 de abril de 2015

A inédita magia da Itaipava Arena Fonte Nova

Não havia como dar errado. Sport, um freguês histórico do Gigante Bahia e mais de 40 mil ingressos vendidos para o jogo de volta da semi-final da Copa do Nordeste.

Cheguei na Ladeira da Fonte, tava "daquele jeitão˜. Cheia, rostos desconhecidos e familiares misturados entre os tons de azul, vermelho e branco. Ao fundo, o som do Rei da Cacimbinha. A chuva, que desabou Salvador, deu uma trégua no fim de semana. O domingo estava perfeito para aquela "skó 3 x 5 gelada".


Bahia entra em campo e as 40 mil pessoas se agitam, criando uma atmosfera completamente nova, desde a reforma do estádio. Em pouco tempo, porém, a euforia tricolor virou apreensão, gol de Diego Souza.

Fotos: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

O Bahia precisava virar o jogo, a torcida fez seu papel, como sempre vinha fazendo. Mas foram-se os primeiros 45 minutos e nada do Bahia tirar o torcedor dessa agonia.

No início do segundo tempo, já era possível perceber um time mais disposto a colaborar com aqueles 40 mil esperançosos. Souza, com um pedrada da intermediária, deu início ao momento mais incrível da nova Fonte Nova.

A torcida enlouqueceu, sentiu que aquele era o momento que invocar uma entidade capaz de tornar o Bahia invencível e conseguiu. Pouco tempo depois, pênalti em Kieza, a torcida explodiu. Souza se preparava para a cobrança, milhares de luzes emanavam de celulares espalhados pelo estádio. A entidade foi invocada, virada Tricolor!

A torcida entrou em um transe que eu ainda não havia presenciado em um estádio de futebol, todos naquele lugar pareciam não acreditar no que estava acontecendo, mesmo tendo a certeza que aconteceria.

Fotos: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

Ainda em transe, uma falha de Douglas Pires quebrou a magia da entidade. O transe se transformou em choque, ninguém conseguia entender o que acabara de ocorrer em campo.

Aos poucos a torcida recomeçou a acordar, recomeçou a criar aquela atmosfera, recomeçou a invocar a entidade…

Souza, pela terceira vez fez explodir a Fonte Nova, em um barulho tão ensurdecedor, que eu não conseguia mais olhar para o campo. Eu procurava entre os rostos, desconhecidos e familiares, de onde emanava aquela energia sonora, capaz de atordoar.

Fotos: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

Permaneci atônito, ouvindo aquele som brutal, até que um silvo vindo do gramado transformou minha atonicidade em um estado puro de felicidade e gratidão.

A ladeira, na subida, ecoava "Tudo Nosso, Nada Deles" e a massa Tricolor se despedia satisfeita daquele lugar que parecia ter, novamente, se tornado mágico.

Fotos: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

Obrigado, Bahia. Obrigado, torcida do Bahia. Continuemos a fazer a magia acontecer na Itaipava Arena Fonte Nova.

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