quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Onde está o futebol?


Assim como os torcedores, os jogadores clamam aos céus pela volta do bom futebol. Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia


"Todos os jogos de todos os times estão sendo difíceis. Que seja assim, com a equipe lutando, mas conquistando o triunfo dentro de casa. Ainda temos muito a evoluir. Não estamos jogando o que podemos, mas a luta, o espírito tem sido bom, principalmente dentro de casa. O que a gente precisa é que todo mundo reme do mesmo lado".

"Não jogamos um bom futebol, mas isso é o mais importante, que a gente ganhou".

"A gente poderia ter feito mais um pouco, mas o que vale são os três pontos".

Essas foram as frases ditas por Tiago Real, Kieza e Robson, respectivamente, ao fim do jogo entre Bahia e Macaé, que foi vencido pelo tricolor com o placar mínimo. O futebol ruim, agora admitido pelos comandados de Sérgio Soares, retornou para a raiva e sofrimento do torcedor do Bahia.

Na noite de terça-feira, se viu novamente uma equipe que falhava no momento de concluir e que sofria uma pressão imensa no segundo tempo. Desta vez, a equipe não sofreu gol - a última partida assim foi contra o ABC, na 16ª rodada. Um alento para o setor defensivo.

Apesar de mais um triunfo, o torcedor se pergunta: "Cadê o futebol?". Para uns, a solução é a queda de Sérgio Soares. Muitos se apegam no exemplo deste mesmo treinador no Ceará, no ano passado, quando não conseguiu o acesso.

Pelo lado contrário, Marcelo Sant'Ana quer impor uma nova mentalidade. Quer manter o treinador. Em contrapartida, a qualidade das contratações até o momento não ajudou em nada o comandante do Bahia. Se quiser melhorar em campo, vai ter que trazer gente boa para chacoalhar as coisas e acordar este grupo.

O tempo corre. A janela se fecha no dia 14 deste mês. Ainda dá tempo de trazer de volta o tão procurado futebol. Até porque é a vez dele.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Irracional x Racional

Hoje, a torcida do Bahia sabe o seu lugar. Foto: Pedro Ivo Sena.
Depois de muito tempo sem escrever nada, resolvi usar este espaço para expressar a minha opinião sobre o que se viu ontem na Arena Fonte Nova. Contra o CRB, o tradicional véu de noiva - de muitos gols históricos - voltou a aparecer.

Quem voltou a aparecer também foi a estrela do Bahia. Nos acréscimos, Kieza ajeitou e Gustavo Blanco mandou para a rede. 3 a 2 no placar. Foi um misto de alívio com revolta na arquibancada. Houve quem vaiasse um gol (Surreal!). Até cerveja foi atirada em direção aos diretores. Para mim, atitudes irracionais.

Eis que o juiz Fábio Filipus apita o fim do jogo. Mais vaias.

O time, que vem rezando aos microfones a mentalidade de ser campeão, não conseguia vencer, foi eliminado de maneira humilhante para o Sport da Sul-Americana e tornou a jogar mal diante do time alagoano. Vaiar gol é burrice. Vaiar após o fim do jogo? o torcedor tem esse direito. Torcedor não paga barato, sofre para garantir seu ingresso e SONHA com o retorno à elite. O torcedor cansou de anos de falsas promessas e teme por mais um fracasso.

Receita para as pazes? O futebol voltar a ganhar sua vez dentro do Bahia. Sérgio Soares vai ter buscar o equilíbrio que perdeu nas últimas partidas. Na sexta tem o Paraná fora de casa e depois, na terça, o Macaé na Arena. Durante os 90 minutos, o time precisa de TOTAL INCENTIVO. Que as atitudes erradas não se repitam. Se precisar vaiar, que seja depois do jogo.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

A inédita magia da Itaipava Arena Fonte Nova

Não havia como dar errado. Sport, um freguês histórico do Gigante Bahia e mais de 40 mil ingressos vendidos para o jogo de volta da semi-final da Copa do Nordeste.

Cheguei na Ladeira da Fonte, tava "daquele jeitão˜. Cheia, rostos desconhecidos e familiares misturados entre os tons de azul, vermelho e branco. Ao fundo, o som do Rei da Cacimbinha. A chuva, que desabou Salvador, deu uma trégua no fim de semana. O domingo estava perfeito para aquela "skó 3 x 5 gelada".


Bahia entra em campo e as 40 mil pessoas se agitam, criando uma atmosfera completamente nova, desde a reforma do estádio. Em pouco tempo, porém, a euforia tricolor virou apreensão, gol de Diego Souza.

Fotos: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

O Bahia precisava virar o jogo, a torcida fez seu papel, como sempre vinha fazendo. Mas foram-se os primeiros 45 minutos e nada do Bahia tirar o torcedor dessa agonia.

No início do segundo tempo, já era possível perceber um time mais disposto a colaborar com aqueles 40 mil esperançosos. Souza, com um pedrada da intermediária, deu início ao momento mais incrível da nova Fonte Nova.

A torcida enlouqueceu, sentiu que aquele era o momento que invocar uma entidade capaz de tornar o Bahia invencível e conseguiu. Pouco tempo depois, pênalti em Kieza, a torcida explodiu. Souza se preparava para a cobrança, milhares de luzes emanavam de celulares espalhados pelo estádio. A entidade foi invocada, virada Tricolor!

A torcida entrou em um transe que eu ainda não havia presenciado em um estádio de futebol, todos naquele lugar pareciam não acreditar no que estava acontecendo, mesmo tendo a certeza que aconteceria.

Fotos: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

Ainda em transe, uma falha de Douglas Pires quebrou a magia da entidade. O transe se transformou em choque, ninguém conseguia entender o que acabara de ocorrer em campo.

Aos poucos a torcida recomeçou a acordar, recomeçou a criar aquela atmosfera, recomeçou a invocar a entidade…

Souza, pela terceira vez fez explodir a Fonte Nova, em um barulho tão ensurdecedor, que eu não conseguia mais olhar para o campo. Eu procurava entre os rostos, desconhecidos e familiares, de onde emanava aquela energia sonora, capaz de atordoar.

Fotos: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

Permaneci atônito, ouvindo aquele som brutal, até que um silvo vindo do gramado transformou minha atonicidade em um estado puro de felicidade e gratidão.

A ladeira, na subida, ecoava "Tudo Nosso, Nada Deles" e a massa Tricolor se despedia satisfeita daquele lugar que parecia ter, novamente, se tornado mágico.

Fotos: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

Obrigado, Bahia. Obrigado, torcida do Bahia. Continuemos a fazer a magia acontecer na Itaipava Arena Fonte Nova.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Fecha a conta e passa a régua

O ano está acabando e com isso vem a reflexão de todo torcedor:
"O que aconteceu esse ano com meu time que vale a pena lembrar no ano que vem?"
Com certeza 9 em cada 10 torcedores do Bahia vão dizer que o rebaixamento não vale ser lembrado, que não vale a pena ser usado como ponto de partida pra próxima temporada. 
Mas aí entra o questionamento: Por quê o rebaixamento não pode ser usado como "lembrança" do ano que está passando ? 
Um rebaixamento mexe com as estruturas de qualquer clube no Brasil, seja ele grande ou pequeno, porque isso vai muito além apenas do orgulho do torcedor em dizer que seu time é Série A; A estrutura do campeonato Brasileiro é fraca, o calendário é péssimo, os campos de muitos estádios da primeira divisão são ruins e mal conservados, quem dirá os campos dos estádios da segunda divisão. A confederação e as federações pouco se importam com isso, marcam jogos na terça-feira 21h, na quinta 21:50,  e pouco se importam como isso será absolvido pelo torcedor, se ele terá condição de ver o jogo nesse horário, se o ~espetáculo~ vale a pena pra ele.
Clube que na Série A tem média de público de 10 mil dificilmente tem essa mesma média na Série B(São poucas as exceções), e isso mexe no time dentro e fora de campo, pois os jogos terão pouca renda, pouco público, pouco apoio, e os custos de uma partida (que tem ficado cada vez mais caros) precisam ser tirados de outros fundos, de outros meios.
Agora volto a pergunta, "Por quê o rebaixamento não pode ser usado como "lembrança" do ano que está passando ?" 
O Bahia começou o ano de 2014 com três promessas que iriam nortear o ano do time e da diretoria:
1- Ser campeão Baiano; (OK)
2- Montar um time sem ~medalhões~ e com a folha ~enxuta~; (OK?)
3- Não brigar pra cair. (?????)

"Muito prazer, me chamam de otário..." já dizia a música "Dom Quixote", de Engenheiros do Hawaii; Passamos o ano acreditando nisso, vendo o time ter seguidos e seguidos erros e insucessos em suas promessas, com uma folha extremamente inchada pra receita que tinha, sem patrocínio master, sem seu maior trunfo por perto (sua torcida), já que os ingressos eram caros e o time não agradava... E no que isso deu ? Em mais uma promessa não cumprida, CAÍMOS!!!!!!!!

Pra que 2015 seja diferente, a nova diretoria vai ter que enfim aprender que fazer promessa não tá com nada. Campeonato Baiano ? é obrigação que o time do Bahia seja campeão; Copa do Nordeste ? Chega de humilhação, são 2 anos sendo eliminados na primeira fase! Campeonato Brasileiro ? Subir é muito mais do que obrigação, é NECESSÁRIO! O elenco ? esse é o grande problema, porque com o mercado inflacionado, e com o time sem dinheiro, não podemos fazer loucuras como esse ano que acabou, tem que contratar com a CERTEZA de que o jogador vai se esforçar e dar tudo de si dentro de campo.

Se nortear a partir de um rebaixamento não é iniciar o ano com o pensamento de não cair pra C, não é pensar em se manter na B, mas também não é pensar em ser campeão da divisão( o que não seria ruim), mas é pensar em voltar a ser grande, é pensar em fazer diferente do ano passado, é se preparar pra enfrentar dificuldades, mas saber que essas dificuldades serão responsáveis por "enrijecer" os meninos da base que serão usados, por "enrijecer" a diretoria que tem na ponta do Iceberg um presidente jovem, de apenas 33 anos.

Fechem a conta e passem a régua, esqueçam que nos mantivemos por 4 anos na Série A lutando pra não cair, esqueçam a Nike, esqueçam a Penalty, esqueçam os problemas com a Arena Fonte Nova, esqueçam os problemas com jogadores durante o ano, esqueçam os problemas com treinadores, esqueçam as brigas e as imbecilidades da torcida que nos causaram alguma punição, vamos pensar em 2015, todos com pensamento positivo, assim como o slogan da Copa de 2014, no ano que vem precisamos acreditar que "Somos todos um só", e voltar aos estádios, continuar nos associando, criando receita pro clube, e acreditando que o ano nos trará dias melhores.

Foto: Eduardo Martins/ Agência A TARDE

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Carta ao Papai Noel

Querido Papai Noel...


Pra começar: Não quero montagens como a de 2014. Se 2015 promete ou não,  vamos descobrir durante o ano.

Por enquanto, gostei de dois dos 3 primeiros presentes. O primeiro, Ricardo Drubscky, parece ser um bom professor. O segundo, Neto Baiano, é um belo presente de natal. Fiquei tão feliz com esse presente que estou sapateando ao som da música de natal “Seqüência do Neto”. O terceiro, Anderson Barros, está em processo de avaliação. Vamos aguardar. Durante o ano, te mando noticias sobre o presente.


Junto com esses três presentes, te peço uma coisa muito simples. 22 jogadores. 22 formiguinhas com gosto pelo trabalho. Série B é onde filho chora e a mãe não vê. De preferência, entregue esses presentes antes do carnaval. Vem Baiano, Nordestão, Copa do Brasil. O ideal seria que esse grupo estivesse pronto na reapresentação em janeiro. Mas estou te dando um desconto. É muito jogador pra pouco tempo de entrega. Obs: Luiz Gustavo é prioridade.

Permanecem no elenco alguns nomes razoáveis. Temos também uma base legal. Muito menino bom. Principalmente no meio-campo. Então, se não conseguir entregar os 22, não tem problema. Pode ser um pouco menos.


Resumindo. Queremos um elenco que tenha a capacidade “operária”. Chega de fiascos na Copa do Nordeste. Chega de eliminações pífias na Copa do Brasil. Chega de enganação no Campeonato Baiano. A torcida clama por um time que trabalhe, enfrente e vença os seus compromissos. Medalhões do futebol são sempre bem vindos. Mas sem exageros. Nem tanto, nem tão pouco. Experiência na medida certa também ganha jogo.

Aquele abraço e um Feliz Natal!

P.S. - Só tenho uma reclamação. Você deixou Telmito, o desodorante roll’on da toca, o Michael Kyle da zoeira, ir embora. Não satisfeito, liberou também o mano Cáceres. Com essas duas baixas, estou liberado para aprontar um pouco no próximo ano. 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Não morde ninguém

Por Brendon Hilário

Que o Bahia merece cair pra Série B, disso ninguém tem dúvida. Que a diretoria não soube conduzir o o departamento de futebol, e que não tiveram pulso pra comandar o time, também. Um exemplo disso, é que somente esse ano, o clube teve 5 diretores de futebol(William Machado, Ocimar Bolicenho, Cícero Souza, Rodrigo Pastana, Pablo Ramos), o que compromete totalmente o planejamento de qualquer equipe, em qualquer divisão. A prova disso, é que o clube acabou contratando muito, e em sua maioria, jogadores que não são comprometidos com o clube. 

Em 33 partidas pela Série A do Campeonato Brasileiro, o ataque do Bahia não mordeu ninguém, foi igual a um "cachorro de madame", e daqueles bem mimados. O time só marcou 25 gols, desempenho melhor apenas que o do Criciúma, que só marcou 24. Foram 9 jogadores contratados para o ataque:
Alessandro, Henrique, Kieza, Marcos Aurélio, Maxi Biancucchi, Potita, Rhayner e William Barbio; Sendo que Alessandro entrou em campo apenas uma vez, vindo do banco, e jogou poucos minutos. Juntos, esses jogadores marcaram no Brasileirão apenas 9 gols, sendo 5 de Kieza(17 jogos), 3 de Maxi(22 jogos) e 1 de Marcos Aurélio(13 jogos). Muito pouco pra um time que tem uma folha relativamente alta pra receita que tem.

Kieza em sua apresentação no clube. Jogador foi contratado para suprir a ineficiência do ataque tricolor,
 mas até aqui, só marcou 5 gols no Brasileirão. (Foto: Rafael Santana)

Em nível de comparação, Jael, atacante preterido pela diretoria por causa de divergências salariais(informações dizem que uma diferença de R$20 mil reais), que acabou por disputar a Série B do campeonato pelo Joinville, em 23 jogos marcou 12 gols. A história de Jael no Bahia comprova que ele é um jogador bastante esforçado, que "dá liga" com o time e a torcida, e já deixou bem claro que pretende um dia voltar a jogar aqui.


Jael sempre demonstra seu carinho pelo Bahia nas suas redes sociais, e chegou a publicar até sua conversa com o então diretor de futebol do Bahia, William Machado, sobre sua "possível contratação". (Reprodução Instagram)


A campanha do Bahia até aqui, deixou a desejar; E escapar do descenso está ficando cada vez mais difícil, pois o elenco vai ficando mais desmotivado a cada jogo, a torcida vai aceitando o rebaixamento a cada derrota, e enquanto isso, o diretoria vai expondo ainda mais as suas fraquezas e seus erros, sem ter pulso pra os corrigir. A eleição para presidente do clube está chegando, será no dia 13 de dezembro,  e até aqui os candidatos ainda não se expuseram, não mostraram suas propostas, e isso precisa ser feito com urgência, para que os sócios saibam escolher seu presidente pro próximo triênio, e evitar que situações como essa da falta de gols e de qualidade do elenco, não se repita mais.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

"Bando de DISCARADO!"

No meu primeiro texto nesse blog, eu já havia falado que era misto, torcia pro São Paulo. Morava no interior, a TV só falava de times do sudeste, meus amigos torciam pra times do sudeste, dentre outros motivos...

Me lembro, com muita clareza, do jogo São Paulo 5 x 1 Corinthians, pelo Brasileirão de 2005. Lembro-me, ainda melhor, do torcedor do Corinthians chorrando no alambrado e dizendo "tira o Curintcha daí, mano!".

"Tira o Curintcha daí, mano!"

"Bando de DISCARADO!", era o que meu pai dizia ao ver a cena. Era isso o que ele sempre dizia ao ver torcedores chorando por causa de futebol.

Chorei por causa de futebol trez vezes. Quando o São Paulo foi eliminado, nos pênaltis, para o River Plate de D'Alessandro, na Sulamericana de 2003. Luis Fabiano achou que era mais importante ajudar na briga do que bater pênalti.

Luis, O Faboloso, descendo o pau nos argentinos

Nesse ano, na Copa do Mundo, No jogo da Grécia contra a Costa Rica. Duas vezes, mas conta como apenas uma, foi só por um jogo. Primeiro de explosão, quando Papastathopoulos empatou, já no fim da partida. Depois chorei ao perceber o quão perto a Grécia esteve de jogar aqui em Salvador, mas não conseguiu.

Gekas perdeu o pênalti. Eu perdi a chance de ver a Grécia de perto.

Bahia enfrentou o Palmeiras. Mais uma vez nesse Brasileiro, fui ao estádio como se fosse uma missão a ser cumprida. Cumpri novamente com minha missão, mas o meu time não cumpriu a dele.

O bando de descarados, que meu pai tanto fala, ganhou mais um integrante. Chorei, copiosamente. Percebi que sou descarado, não por ir a todos os jogos do meu time, mas por achar que eu, realmente faço alguma diferença nesses jogos.

Vida que segue, amor, pra ser bom, tem que doer. Ano que vem estarei nas terças e sábados, descaradamente, cumprindo minha missão de torcedor, porque eu sei que, no fundo, o Bahia se importa e precisa de mim.